31 GENNAIO

 

 

LINO CORRER (SACERDOTE)

Nato a Piracicaba SP 7.11.1917

Professione temporanea 22.11.1937

Professione perpetua 22.11.1940

Ordinazione 9.7.1944

Morto 31.1.2004

Anni 86

 

Pe. Lino José Correr nasceu no Bairro Santa Olímpia, município de Piracicaba-SP, um povoado composto por várias famílias italianas, que naqueles idos se transformou em grande celeiro de vocações religiosas e sacerdotais. Ele veio ao mundo no dia 07 de novembro de 1917. Passou sua primeira infância nesse ambiente puro, simples e bucólico, recebendo dos pais uma sólida formação cristã. Sua família, bastante numerosa, ofertou à Igreja religiosos e sacerdotes. Ele e mais três irmãos se tornaram sacerdotes, três estigmatinos e um capuchinho; este último foi escolhido para ser Bispo da Igreja. Dos outros irmãos um se tornou irmão coadjutor estigmatino e uma irmã se tornou freira.

Ainda pequeno entrou no seminário estigmatino, fazendo seus estudos ginasiais no Colégio Santa Cruz, em Rio Claro – SP. Fez seu noviciado na mesma cidade de Rio Claro, depois fez o curso liceal, filosofia e dois anos de teologia em Ribeirão Preto – SP. Foi terminar seu curso de teologia na Parada Inglesa, na cidade de São Paulo e recebeu a ordenação sacerdotal no dia 09 de julho de 1944.

No início de seu sacerdócio trabalhou na formação de nossos seminaristas, como professor e orientador de nossos estudantes em Rio Claro e Ribeirão Preto. Em seguida foi destinado ao trabalho pastoral em nossas paróquias. Nesse empenho ele percorreu várias cidades e atendeu diversas paróquias, sempre se mostrando um sacerdote zeloso, exemplar, dedicado, generoso, pronto para atender aos chamados e apelos dos fiéis.

Homem de uma formação cristã e acadêmica bastante concreta e sólida. Sempre primou pela ortodoxia e um acendrado amor à Igreja, como estigmatino de boa cepa. Dono de profunda espiritualidade, coroada de sincera e sentida piedade, procurou ao longo de sua existência, exercer o ministério sacerdotal com viva unção, espírito de fé e devotado esmero. Um especial sinal de sua piedade foi a devoção carinhosa a Nossa Senhora. De fato por onde passou procurou difundir sua devoção e de modo particular trabalhou na direção e orientação da Legião de Maria, empenho ao qual se dedicava com ardor, desprendimento e zelo vibrante.

Embora não fosse um tanto afinado, dava grande impulso aos cantos litúrgicos, com seu vozeirão, um pouco tirante a taquara rachada. Ele foi de fato um bom pastor, no encalço do mestre Jesus Cristo, procurando levar as ovelhas ao aprisco do Senhor, tendo um cuidado especial com os mais necessitados, aos quais levava grande ajuda espiritual e material. No atendimento às pessoas, esforçava-se para ouvi-las e procurava sempre dar uma orientação segura para seus problemas e dificuldades.

Como religioso primava pela fidelidade aos compromissos comunitários, exagerando quase na pontualidade e no empenho em ser o primeiro a chegar. Era observante das regras e normas, celebrava as missas com devoto recolhimento e tinha grande devoção ao Santíssimo Sacramento. Foi sempre um bom companheiro, às vezes um pouco reservado, mas era considerado um firme esteio dentro da comunidade. Tinha um inveterado costume de dormir com as galinhas e levantar bem antes do galo cantar.

Possuía bons dotes e habilidades no campo da literatura e disso se serviu para elaboração de infindos artigos em Revistas e Jornais. Publicou, além disso, alguns opúsculos de agradável leitura e sadios ensinamentos.

Sempre atento e perfilado como um soldado de Cristo, quis manter a libré distintiva do seu sacerdócio, por isso conservou até o fim da carreira o uso da negra batina.

Anos atrás começou a sentir algo de anormal no esôfago. Após meticulosos exames, foi constatado um câncer nessa região. Passou por uma séria cirurgia, que o aliviou bastante e permitiu que levasse uma vida até certo ponto razoável. Porém nestes últimos tempos, já residindo na comunidade de Uberaba-MG, a doença se agravou, ele quase perdeu a voz e tinha grande dificuldade em deglutir os alimentos, mesmo os líquidos.

No mês de janeiro de 2004 ele estava magro e muito debilitado e quase não conseguia ingerir alimento. Ficou então acamado na própria casa paroquial, contando sempre com a assistência de enfermeiras e dos próprios confrades. Na manhã do sábado, dia 31 de janeiro de 2004 ele teve uma piora e seu estado ficou bastante delicado, apesar do esforço das enfermeiras. Perto da uma hora da tarde notaram que ele estava mesmo chegando ao fim de sua carreira. Os padres e noviços se colocaram ao redor de sua cama e D. Antônio Alberto Guimarães Rezende iniciou as orações apropriadas pelo momento. Quase no final, quando pronunciou forte o nome de Jesus, Pe. Lino entreabriu os olhos, deu um leve sorriso e placidamente entregou sua alma ao Criador. Terminava ali a tarefa terrena desse grande e virtuoso sacerdote estigmatino, cujo sorriso preanunciara o amável encontro com Cristo. Ele faleceu às 13h20min. do dia 31 de janeiro de 2004, um sábado.

Na missa paroquial das 17 horas, seu corpo já estava na Igreja Matriz da Abadia, onde o povo rezou pelo seu descanso. A missa solene foi celebrada às 21 horas, presidida por D. Antônio Alberto Rezende e concelebrada por D. Antônio Fernando Brochini, pelo Superior Provincial, Valmir Cassim da Silva, da Província Santa Cruz e por vários padres estigmatinos e diocesanos. Estiveram presentes alguns seus familiares, seu irmão Pe. Gabriel Correr, Pe. Daniel Stênico, os noviços e grande número de fiéis.

No dia seguinte, às 06h30min. seu corpo foi levado para a cidade de Ituiutaba – MG, onde foi acolhido por grande multidão. Na catedral de Ituiutaba, apinhada de fiéis, foi celebrada missa de corpo presente às 11 horas, presidida pelo Bispo Diocesano D. Paulo Sérgio Machado e concelebrada por D. Antônio Alberto Rezende, D. José Alberto Moura, pelo Superior Provincial, Pe. Rubens Sodré Miranda e por vários padres estigmatinos e diocesanos. Em seguida o esquife foi levado em cortejo até o cemitério local e ali se deu seu sepultamento no jazigo da Província, ao lado do Pe. Alexandre Acler e do Pe. Mário Chudzik. Após sua bela peregrinação terrena, ali descansa de suas fadigas apostólicas o nosso querido, estimado e saudoso confrade. Rogamos a Deus que acolha benevolente sua alma e lhe conceda o eterno repouso dos justos.

 

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