DOMENICO VALZACCHI (Irmão)
Domingos Valzacchi foi o primeiro
Irmão estigmatino a chegar ao Brasil, com
os padres Henrique Adami e Alexandre Grigolli, aos 2 de dezembro de 1910.
Nasceu em Artegna aos 07 de abril de 1868. Quando jovem estudou no
seminário diocesano. Entrou para a Congregação com mais de 30 anos,
em Verona,
aos 08 de junho de 1900. Dizia que parou de estudar por causa do jejum
obrigatório,
pois em cada quaresma, devido ao jejum, esquecia o que conseguira aprender
anteriormente.
Fez o noviciado em Verona em 1900, a primeira profissão em Trento, aos
18
de novembro de 1901 e a profissão perpétua em Verona no ano de 1905.
A morte tirou-o
do convívio dos padres e dos irmãos a quem ele tanto amava
na tarde do dia 17 no belo do mês de Maria, em 1945, com 44 anos de vida
religiosa.
Faleceu em Casa Branca
onde foi sepultado. Em 1985 seus ossos foram removidos
para o nosso jazigo de Campinas-SP.
No cargo de sacristão, que exerceu por quase toda a vida, mostrava seu amor
à igreja, mantendo-a
sempre limpa e o altar bem cuidado. À noite, quando fechava a
igreja,
permanecia sozinho, por quase uma hora, em adoração ao Santíssimo
Sacramento. Em qualquer momento livre do dia, achava-se
ele aos pés do sacrário,
seu lugar predileto para a oração. Foi um verdadeiro modelo de irmão Estigmatino,
imbuído de zelo, de piedade
e de amor à Congregação.
Era de caráter forte, severo, áspero. Muito bom para viver em comunidade;
piedoso e trabalhador; muito simples; espirituoso e de grande disponibilidade.
Conhecia muito a Sagrada Escritura, gostando sempre de aplicá-la
em suas
conversas. Sabia muito bem o catecismo. Muitas vezes, quando interrogado,
corrigia
os sermões dos padres.
Sua vida foi um trabalho contínuo. Aproveitava de tudo para ser prestativo a
todos. Transformava o inútil e o estragado em coisas úteis e aproveitáveis.
Trabalhou
com verdadeiro zelo missionário em Tibagi, estado do Paraná, onde passou a maior
parte de sua vida como irmão, companheiro de Pe. Ferrúcio Zanetti em viagens
apostólicas no meio de caboclos e índios do sertão.
Cultivou grande amor à virtude
da pobreza. Considerava uma falta encontrar
um simples pedaço de metal pelo chão.
Foi muito difícil convencê-lo
a ir ao alfaiate para fazer um terceiro terno, pois
ele achava que dois eram suficientes. Os Irmãos em seu tempo não
usavam batina.
Quando renunciou
à herança dos sobrinhos, estes não lhe escreveram nunca
mais. Comentou: "Quem quiser receber cartas deve conservar a propriedade até o
fim da vida".
Muito desprendido dos bens da família, recebeu, em certa época, uma carta
dos irmãos consultando-o
sobre a herança. Ele respondeu: "Vocês têm Moisés e os
Profetas. Nem que um morto ressuscitasse resolveria o problema. Eu estou morto.
Resolvam vocês"