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23 SETTEMBRE

Pe. Henrique Adami

 

1883 - 1973 = 90

Nasceu em São Máximo (Verona) - 16-11-1883

Entrou em Verona - 2-11-1897

Ordenado em Verona - 21-12-1907

Chegou ao Brasil - 2-12-1910

Morreu em Verona - 23-9-1973

Anos de vida religiosa - 73

 

Pe. Henrique foi um homem extraordinário. Viveu produndamente o"quocumque euntes" do Fundador. Desbravou Brasil e China e trabalhou na Italia e nos Estados Unidos. Rodou o mundo numa época em que viajar não tinha a comodidade de hoje.

Além do trabaiho de apostolado fez um bem imenso com suas crônicas. Segundo confissão dos interessados, elas foram um despertar de vocações missionárias, raras naqueles tempos. A afirmativa é feita por cartas do Pe. Ferrúcio Zanetti, no Bertoniano. Vivia e atraía os outros. Creio que cabe muito bem a ele o "contemplata aliis tradere".

Debaixo de todos os exageros que encontramos em seus escritos, vemos, também, um grande amor à Congregação e à Igreja. Procurou pôr em ação todos os talentos recebidos de Deus. E ... segundo Pe. Alexandre Grigolli, algumas vezes ultrapassava um pouco.

É muito interessante a leitura de sua "Verdadeira História da Fundação e primeiros progressos da Missão Estigmatina no Brasil" publicada no inicio da "Mossa Memória", e "Em Pequim - Crónica confidencial" publicada no suplemento do Bertoniano (2 de 1926), à pág.1.

Não obstante os noventa anos, Pe. Henrique, até poucas semanas antes de ser internado no hospital, conservou perfeita lucidez mental e constante vivacidade e serenidade de espírito.

Com seu desaparecimento perdemos a última figura patriarcal daqueles confrades que, no começo do século, com uma dose de audácia e de otimismo carismático, deram início às nossas fundações do outro lado do oceano.

Nasceu em São Máximo (Verona), no dia 16 de novembre de 1883, de José e AncilaValbusa. Aluno de nossa escola dos Estigmas, entrou como aspirante, no dia 02 de novembro de 1897.

Fez o noviciado em Trento, em 1900, emitiu a primeira profissão no dia 01-11-1901 e a profissão perpétua no dia 25 de janeiro de 1905. Foi ordenado sacerdote no dia 21 de dezembro de 1907.

Depois de alguns anos de ministério, na Itália, juntamente com Pe. Alexandre Grigolli, no longínquo1910, Pe. Henrique enfrenta a missão apostólica de dar assistência aos grandes contingentes de emigrantes italianos que foram em busca de pão no Brasil.

Escreverá mais tarde uma crônica daqueles primeiros anos, crônica enfeitada, talvez, pela sua cálida fantasia, mas muito preciosa por mostrar a vida e o espírito daquele duro e entusiástico começo.

Cremos não exagerar, dizendo que Pe. Henrique e Pe. Grigolli, duas caracteristicas figuras bem marcadas e diferentes, foram os pioneiros que lançaram o primeiro fundamento da nossa Província Brasileira.

Aqueles que percorreram com os rápidos meios de transporte moderno o primeiro caminho apostólico e meditaram sobre as incômodas peripécias da sua experiência missionária, ficam admirados e enternecidos, de que eles tivessem sabido vencer a tentação de voltar à própria pátria.

Pe. Adami parece não ser talhado para uma atividade metódica e planejada; na verdade, quando o nosso trabalho no Brasil está bem fundamentado, e já se vislumbra um seminário próprio, Pe. Henrique é atraído por um novo ideal. Em 1925, sabendo do plano corajoso de Pe. Fantozzi, que com Pe. Martina e outros Estigmatinos queriam abrir uma missão no Extremo Oriente (China), Pe. Henrique uniu-se a eles.

Os mais antigos recordam ainda hoje o distante episódio da comovente despedida deVerona, diocese de grande e antiga tradição missionária, aos nossos primeiros quatro Missionários que partiam para a China. Pe. Henrique será o cronista da viagem deste primeiro grupo e escreverá, no delicioso dialeto veronês, o diário "De Veneza a Pequim".

As cartas de Pe. Henrique e as crônicas dos difíceis primeiros anos de nossa Missão chinesa foram o primeiro alimento da chama missionária estigmatina.

Voltando da China, em 1935, como representante dos missionários ao nosso Capitulo Geral, Pe. Adami não tem mais disposição de voltar para a Missão. Porém, não lhe falta nem fantasia e nem disposição e ainda uma vez ele olha para longe, sentindo inútil sua vida sacerdotal na Itália, onde os padres são abundantes.

Parte para os Estados Unidos, onde fará uma série de pregações em nossas paróquias e outras comunidades, onde são numerosos os emigrantes italianos.

Terminada a última guerra, em 1946, volta para a Itália envelhecido e desejoso de descanso. Sua paixão missionária encontra novo campo de trabalho a serviço da Igreja.

Durante 15 anos dedicou-se à pregação e animação missionária. A paralisia que o impediu de trabalhar há 15 anos, deixou-lhe, porém completa lucidez espiritual que o ajudou a esperar confiante, com o conforto da celebração da missa e da fraterna amizade e assistência dos confrades, a hora de ir para Deus.

Pe. Henrique não era isento de defeitos. Recebera da natureza um caráter forte, como sua compleição fisica, que não conhecia limitação ou oposição, a expressão de linguagem colorida e viva, a resposta pronta e espirituosa, ainda que nem sempre delicada.

Mas a fidelidade quase escrupulosa, própria dos nossos antigos, às práticas religiosas, o sentimento de serena alegria que usava nas conversações, o trabalho apostólico cumprido com espontânea e generosa disposição, apagam as exuburâncias do caráter e o tornam uma figura de grande destaque.

Os homens, que como Pe. Henrique desaparecem em silêncio e sem muitos amigos, deixam uma grande mensagem para a meditação. Eles traçaram com generosidade e intuição profética os primeiros sulcos do trabalho estigmatino de além mar." (58)